sexta-feira, 6 de julho de 2012

cap 7

Capítulo 7



-Olha aquele gato que está vindo na nossa direção-sussurrei pra ela.

-Uau!!!
(aqui está ele)

Ele parou em frente a nós e disse:
-Olá garotas, posso sentar com vocês?
-Claro!-disse Kate.
Ele se sentou entre nós duas.
-Meu nome é Pietro e o de vocês?
-Eu sou a Kate e essa é a Luna.
Ele se virou pra mim e eu acenei pra ele. Ele olhou pra mim com um olhar cheio de significados, mas eu não entendi.
-Sou novo por aqui e estou tentando fazer novo amigos.
-De onde você é?-perguntei.
-São Paulo.
-Que time você torce?-perguntou Kate.
-Corinthians.
-Retire-se daqui, por favor-disse Kate.
Ele achou engraçado.
-Que time você torce?
Nenhuma resposta.
Tentei ajudar o coitado:
-Ela torce pelo Flamengo e nem me pergunte por que ela odeia tanto o Corinthians porque eu não sei.
-Ei, Kate, você viu como foi linda nossa vitória na final da Libertadores?
-Vou comprar um refrigerante-disse Kate e saiu.
Começamos a rir.
-E que time você torce?
-Botafogo e não tenho nada contra o Corinthians.
-Também não tenho nada contra o Botafogo, amigos então?-ele estendeu a mão.
-Amigos- selamos com um aperto de mão.
-Agora que estamos sozinhos podemos finalmente conversar.
Fiquei confusa, sobre o que ele iria querer conversar?
-Eu sempre quis conhecer uma sereia, o cheiro de vocês é tão bom quanto me contaram.
Arregalei os olhos. Como ele poderia saber? E que historia é aquela de sentir meu cheiro?
-O que foi?
-Como você sabe?
-Ué, você deve conseguir sentir meu cheiro também, sabe o que sou.
-Não, eu não sou quem você pensa, bem, eu sou, mas não sou igual às outras.
-Como assim, não estou te entendendo.
-Vou te contar o resumo da minha história:
-Meus pais se apaixonaram, mas minha mãe não queria levá-lo pra aquela outra dimensão que eu não lembro o nome, ele tinha tanto futuro pela frente, então ela desistiu da sua cauda de sereia, mas a sementinha já tinha sido plantada antes disso, por isso rolou alguma mágica que afetou a mim também e eu acabei sendo mais humana do que deveria, mas a parte sereia também continuou lá, e essa parte só apareceu há alguns dias no meu aniversário de quinze anos, e eu não me transformei mais desde então, parte por medo, parte por que não sabia como, mas eu já descobri o que devo fazer agora pra minha cauda aparecer, é isso, essa é minha história...
Quando terminei tive que respirar, não tinha percebido que estava falando tão rápido.
Olhei para Pietro, ele estava chocado, mas tinha um sorrisinho na boca.
-Incrível! Então você é uma espécie de meia sereia então?
Afirmei com a cabeça.
-Mas que história é essa de sentir meu cheiro?
-Ah, isso, é uma capacidade que todo ser “sobrenatural” tem, quer dizer deveria ter, vc é diferente... E cada espécie tem um cheiro diferente, os melhores são os das fadas, dos anjos e das sereias, segundo os livros.
-Que livros são esses?
-Minha família tem uma coleção de diários de diferentes espécies, são muito informativos sabe.
-Interessante. Vocês tem um sobre sereias?
-Sim, você quer emprestado?
-Se não for incomodar.
-Claro que não incomoda, venha na minha casa amanhã, depois te dou o endereço.
-Está bem, me passe seu número do celular.
Ele me disse e eu o coloquei nos contatos do meu celular.
-Mas, afinal, o que você é?
-Sou um metamorfo.
-Um o quê?
-Metamorfo, eu posso me transformar em muitas coisas, mas não sou muito bom, nunca fica muito parecido.
-Me mostre.
-Vamos dar uma nadadinha? Eu posso virar um golfinho rosa se você quiser? E você pode me mostrar sua transformação.
-Golfinho, sim. Rosa... Acho que não.
-Achei que meninas gostassem de rosa.
-Não nos animais, a não ser que seja um flamingo ou um boto-cor-de-rosa.
-Está bem, então.
-Mas não sei se quero me transformar.
-Ah vamos não seja medrosa, sereias não tem medo de nada.
-Sei.
Meu celular começou a vibrar, peguei-o e era uma mensagem da Kate, ela tinha encontrado um gatinho e ficaria com ele pelo resto da tarde, pediu para que eu deixasse nossas coisas no nosso cantinho do lado da árvore, o lugar de sempre.
Kate e eu tínhamos achado um lugar perfeito para colocar nossas coisas,quando precisássemos deixar elas sozinhas.
-Tá eu vou, mas só se você for colocar minhas coisas e as da Kate atrás daquela arvorezinha ali, aproveita e coloca aquela folha de bananeira que está jogada ali por cima.
-Ok.    
Ele se levantou, tirou a areia do calção e me puxou pela mão para que eu me levantasse.
Eu levantei e fiquei olhando para o mar enquanto ele escondia nossas coisas.
Mas, de repente eu estava em braços musculosos. Ele me pegou no colo enquanto eu estava de costas. 
-O que você está fazendo?
-Te levando pra nadar.
-Me ponha no chão, ou eu vou gritar.
-Está bem.
Ele me pôs no chão, mas eu senti a água nos meus pés, ela já batia em meus joelhos... Espertinho.
Fuzilei-o com os olhos.
Ele sorria, com ar de vencedor.
-Agora vamos mais para o fundo, onde nós possamos nos transformar.
Desisti de lutar e o acompanhei.
-Annabel Haze